quarta-feira, 29 de abril de 2009

Pierce


Filósofo, cientista e matemático.

Biografia
Charles Sanders Peirce nasceu no ano de 1839, em Cambridge, Massachussets, nos EUA, no dia 10 de setembro. Filho do matemático, físico e astrônomo Benjamin Peirce, Charles, sob influência paterna, formou-se na Universidade de Harvard em física e matemática, conquistando também o diploma de químico na Lawrence Scientific School. Paralelamente ao seu trabalho no observatório astronômico de Harvard, Charles Peirce se dedicava ao estudo da filosofia, principalmente à leitura de "A crítica da razão pura", de Kant. Entre 1879 e 1884 lecionou na Universidade John Hopkins. Considerado uma pessoa de hábitos excêntricos, além de descuidado e solitário, Peirce não evoluiu na carreira universitária. Em 1887, mudou-se com sua segunda esposa para a cidade de Milford, na Pensilvânia, isolando-se ainda mais. Entre 1884 e o ano de sua morte, em 19 de abril de 1914, Peirce escreveu cerca de 80 mil páginas de manuscritos, vendidos por sua esposa à Universidade de Harvard, e que vem sendo publicados há várias décadas. Além desses escritos, Peirce deixou textos em periódicos esparsos: resenhas, artigos e verbetes de dicionários. Esse conjunto de trabalhos forma a obra de um pensador original, definida por William James como "lampejos de luz deslumbrante sobre um fundo de escuridão tenebrosa".
Considerado como um dos mais profundos e originais pensadores norte-americanos, Peirce deixou contribuições em múltiplas áreas do conhecimento: lógica, semiótica, astronomia, geodésia, matemática, teoria e história da ciência, econometria e psicologia.

Estudos
Peirce entre outras habilidades era matemático, físico e astrônomo. Dentro das ciências culturais estudou particularmente Linguística, Filologia e História, com contribuições também na área da Psicologia Experimental. Estudou praticamente todos os tipos de ciência em sua época, sendo também conhecedor de mais de dez idiomas.
As áreas pelas quais é mais conhecido, e às quais dedicou grande parte de sua vida e estudos, são a Lógica e Filosofia. Propôs aplicar nesta última os métodos de observação, hipóteses e experimentação a fim de aproximá-la mais das características de ciência.
Peirce concebia a Lógica dentro do campo do que ele chamava de teoria geral dos signos, ou Semiótica. Os últimos 30 anos de sua vida foram dedicados a estudos acerca da semiótica, para Peirce um sistema de lógica. A Semiótica Peirciana pode ser considerada uma Filosofia Científica da Linguagem.. A Fenomenologia é a ciência que permeia a semiótica de Peirce, e deve ser entendida nesse contexto. Para Peirce, a Fenomenologia é a descrição e análise das experiências do homem, em todos os momentos da vida. Nesse sentido, o fenômeno é tudo aquilo que é percebido pelo homem, seja real ou não.
Seus estudos levaram ao que ele chamou de Categorias do Pensamento e da Natureza, ou Categorias Universais do Signo. São elas:
-Primeiridade: consiste, por exemplo, na presença de imagens diretamente à consciência, sem uma consciência propriamente dita. Categoria do sentimento imediato e presente das coisas, numa relação sensível, sem relação com outros fenômenos do mundo, onde se vê aquilo tal como é.
-Secundidade: corresponde à ação e reação, é o conflito da consciencia com o fenômeno buscando entendê-lo. Não é o não analisável da primeiridade, mas necessita dela para existir. É o mundo do pensamento, sem, no entanto, a mediação de signos. O aspecto segundo representa uma consciência reagindo ante o mundo numa relação dual. Relação entre um fenômeno primeiro e um segundo fenômeno qualquer. É a categoria da comparação.
-Terceiridade: contém as duas últimas citadas, no nível do pensamento a terceiridade corresponderia ao nível simbólico, sígnico, onde representamos e interpretamos o mundo. Não é um caráter passivo, primeiro, mas a união deste com o segundo, acrescentando um fator cognitivo. Na terceiridade é posta uma camada interpretativa entre a consciência (segundo) e o que é percebido (primeiro). É a categoria que relaciona um fenômeno a um terceiro termo, gerando assim a representação, a semiose, os signos em si.

Bibliografia
http://educacao.uol.com.br/biografias/charles-sanders-peirce.jhtm (acessado em 29 de abril de 2009 ás 18:00).
www.cesarsteffan.com.br (acessado em 29 de abril de 2009 ás 18:45)


5 comentários:

  1. Seria interessante também colocar aqui a famosa obra de René Magritte "ceci n'est pas une pipe", onde o autor nega que a imagem do cachimbo seja realmente um cachimbo.
    Afinal, para o autor, aquilo podia ser tudo. Menos um cachimbo.
    Fica aí a questão.
    Como Eco colocou, seria o cachimbo um mero emblema?

    O signo é representado por quem o cria, ou por quem o vê e o interpreta?

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  2. E não é um cachimbo! é uma pintura de um cachimbo... percebe?

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  3. Peirce disse "tudo significa", isto é, todas as coisas, materiais, relacionais ou simbólicas, têm um valor representacional para os seres humano. Isto é importante, porque captamos do mundo sentidos variados que nos toca, influenciando nossas atitudes, sentimentos e entendimentos o tempo todo, e não se trata de nenhum misticismo energético propalado pelos esoterismos tão em moda.

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  4. Eu queria saber o significado da letra "a". Poderia significar o numero "1" ou "b". Posso analisar aritmeticamentede que "a" é realmente "a" e não "1".

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